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RÁDIO NOSSA JOVEM GUARDA: junho 2015

junho 28, 2015

Raul Seixas antes de ser Maluco Beleza foi uma brasa, mora

Roqueiro, que neste domingo (28/06/15) faria 70 anos, foi cantor e autor de iê iê iê

Raulzito (primeiro à esquerda e Os Panteras, em 1968) foto de divulgação

1 ­ Eu e Erasmo, 2 ­ Eu e Caetano, 3 ­ Eu e Gil, 4 ­ Eu e Núbia Lafayette, 5 ­ Eu e Roberto Carlos, 6 ­ Eu e Leno, 7 ­ Eu e Cláudio, 8 ­ Eu e Kika, 9 ­ Eu e Luiz Gonzaga. O "Eu" é Raul Seixas, os duetos, um hipotético álbum pensado por ele, num manuscrito incluído no livro O Baú do Raul Revirado, organizado pelo jornalista Sílvio Essinger, para a Ediouro, em 2005, quando o Maluco Beleza completou 60 anos. Nos artistas selecionados, ele revela suas influências e preferências na música brasileira. Duas delas, Roberto Carlos e Leno, da Jovem Guarda.

Hoje, dia em que Raul Seixas completaria 70 anos, serão lembradas suas muitas peripécias, a partir de 1971, quando começou a recriar o rock brasileiro com o álbum Sociedade da Grã-­Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10 (com Sérgio Sampaio, Míriam Batucada e Edy Star). Pouco será lembrado de sua fase Jovem Guarda, como músico, compositor, e produtor de iê­iê­iê. Os Panteras, o mais importante conjunto da Jovem Guarda baiana, formado por Raulzito Eládio Gilbraz, Mariano Lanat e Carleba, algo comum na época, era convidado para acompanhar os astros do iê­ iê ­iê do "Sul", quando eles se apresentavam em Salvador, um deles mudaria o curso da história do então comportado roqueiro baiano, Jerry Adriani, que apadrinhou Os Panteras, quando os integrantes decidiram tentar o sucesso no Rio de Janeiro.


Os Panteras tornaram­se a banda de apoio de Jerry. Eles aterrissaram no Rio quando a Jovem Guarda estava no auge, mas só conseguiram chegar ao disco, em 1968, quando o programa, cujo nome virou sinônimo de iê ­iê ­iê, começava a perder audiência. "Nós não pretendemos comparar­nos aos Beatles, nem fazer no Brasil a revolução que eles fizeram lá na Inglaterra, mas que trazemos na nossa música um novo conceito em matéria de música jovem brasileira, lá isso é verdade", comentou Raulzito na revista Intervalo, em 1968, quando se preparavam para lançar o LP.

A desilusão com o pouco sucesso alcançado pelo álbum fez Raulzito deixar o grupo e retornar a Salvador, segundo a Intervalo, para voltar a estudar direito e trabalhar na fábrica de material elétrico do pai. À revista, ele explicou um dos motivos de ter saído do conjunto. Um deles foi não ter se adaptado à vida artística. Outro motivo: "Como compositor eu gosto de inovar e confesso que no Rio não consegui ambiente para isso". Mas não foi tempo perdido, claro. Nos dois anos que passou no Rio, Raulzito fez amizades que garantiriam sua volta. Uma delas foi com o quase adolescente Leno, citado como parceiro no imaginário disco de duetos de Raul.

Leno vinha de vários sucesso com Lilian e tinha iniciado carreira solo bem sucedida, estourado com A pobreza (Renato Barros). Conheceram­se evento beneficente, na Urca, Zona Sul carioca. Leno entrou depois de um tumultuado show de Jerry Adriani. Ele e o guitarrista Raulzito desceram do palco trocaram sopapos com uma turma que o xingava de "bicha". Os dois seriam amigos e parceiros. A maioria das composições de Raul até então foram gravadas pelos Panteras. Os Jovens seria o primeiro grupo carioca a gravar Raulzito, num compacto naquele mesmo 1968. A música de Raulzito chama-se Se Você Prometer.

Com Leno, ele exercitaria com mais convicção a criação musical, afinal estava em parceria com um dos artistas que frequentavam o programa Jovem Guarda, inalcançável para bandas da periferia. O programa Jovem Guarda acabou em 1968, mas o iê­iê­iê teria ainda alguns anos de vida. A dupla Leno e Lilian voltaria em 1972, e em seu terceiro álbum gravaria duas músicas do ainda Raulzito, Deus É Quem Sabe e Objeto Voador, que comunga de estranha semelhança com um sucesso dos Byrds, inclusive refrões idênticos: "Ô, Ô amigo do disco voador/ me leve com você/ pra onde você for", diz a letra da música de Raul. "Ô homem do espaço/ por que não me leva para passear com você" é o refrão dos Byrds numa versão literal. Objeto Voador seria regravada, cm algumas modificações como título de S.O.S. e Orange Juice (em inglês).

Foi com Leno que Raul começou a fazer a música diferente que pretendia, que renderia dois álbuns pouco conhecidos. Vida e obra de Johnny McCartney, de Leno (com participação e parceiras com Raulzito), proibido pela censura em 1970, relançado em 1995. E a compilação que Leno fez de suas parcerias com o roqueiro baiano no pouco conhecido CD Canções com Raulzito (2010).






Fonte:jconli.net10.uol.com.br

junho 25, 2015

Filho de Roberto Carlos, Dudu Braga diz que o Rei ‘é muito mais roqueiro do que parece’

O produtor musical e baterista criou o show 'RC na Veia', uma releitura dos grandes sucessos do pai. Ele se apresenta em São Paulo no próximo fim de semana.

Dudu Braga se emociona com participação de Roberto Carlos em show (AgNews)

Dudu Braga cresceu vendo seu pai ser o cantor mais admirado do Brasil. Filho mais velho de Roberto Carlos, foi praticamente inevitável seu envolvimento com a música. Agora, aos 46 anos, o produtor musical e baterista reuniu amigos em um projeto que faz homenagem ao Rei e reúne grandes sucessos com uma pegada bem rock and roll, o show 'RC na Veia'.

"Faço palestras para pessoas com deficiências visuais e, de vez em quando, finalizava os eventos tocando. Resolvi tocar algumas músicas do paizão em ritmo de rock and roll e ficou tão bom que decidimos fazer um show só disso", conta. "Ele é muito mais roqueiro do que possa parecer. As pessoas esquecem que a Jovem Guarda era o rock na época", completa.

Ao lado de Alex Capela (vocal), Fernando Myata (guitarra) e Juninho Crispim (baixo), ele se apresenta nos dias 26 e 27 de junho no Tom Jazz, em São Paulo. Em bate-papo com CARAS Digital, Dudu Braga falou sobre a infância, os pitacos do pai no trabalho, a polêmica das biografias não autorizadas e o projeto para ajudar pessoas que, assim como ele, têm deficiência visual.

Confira o bate-papo!

Como foi a escolha do repertório?
A gente partiu de uma lista que eu mesmo fiz, meus amigos deram alguns pitacos, mas acho que sou melhor conhecedor de Roberto Carlos do que eles. Foram surgindo algumas músicas que não estavam no repertório. A gente não tocava 'Esqueça', por exemplo, que fez sucesso na voz dele. Começamos a pegar algumas românticas em ritmo de rock, algumas pós-Jovem Guarda. Tocamos 21 músicas e uns 60% é Jovem Guarda.

Ele também deu seus pitacos?
Sempre, tem que dar... eu até queria que ele desse. Ele dá uns toques, por exemplo, uma música que a gente estava fazendo um pouco mais rápida, ele disse que se tocássemos mais lenta ficaria melhor. Quem sou eu para desdizer o Rei? (risos).

Você cresceu tendo um pai famoso. Como foi sua infância e adolescência em meio a ídolos da música?
Na verdade, cresci nesse meio até meus nove anos. Depois que meus pais se separaram, ele morava no Rio de Janeiro e eu em São Paulo. Meu pai é um cara que tem uma agenda muito complicada, não dava para acompanhá-lo. Eu participava, mas não convivi muito com os artistas, só quando ia passar o final de semana com o paizão. O Erasmo é meu padrinho de batismo, mas não me considero um cara que convivi com os famosos.

Ele influenciou você na carreira musical?
Totalmente. Descobri a música principalmente por ele, claro. A época que mais me apaixonou foi o final da Jovem Guarda. De 1968 a 1974 é a época que eu mais gosto dele. E tem também o Led Zeppelin, minha parte roqueira é total vinda deles. Amo o que ele faz, como ele trata a música.

Por ser filho de um cantor muito famoso e ter optado pela carreira musical, você sentiu cobranças?
Acontece sim, existe esse tipo de comparação, mas existe mais a autocobrança. Por ser filho de um cara famoso nós mesmos nos cobramos pelo nosso referencial ser muito alto. Sempre me cobrei muito. Acho que demorei para entrar no mundo musical por causa disso. Tentei achar minha própria identidade, acho que todo adolescencte tem isso. Acho que todo filho que resolve seguir a profissão do pai, seja ela qual for, passa por isto.

Ele era rígido com você?
Ele sempre me deixou muito à vontade e é muito participativo. Quando estava compondo, ele sempre chamava eu e meus irmãos para a gente ouvir e falar o que achava. Nunca foi muito fechada essa questão pra ele. Confesso que, na primeira vez que eu toquei, em uma apresentação um ano atrás, e ele foi ouvir, sabia que com o Rei lá eu estaria numa pressão muito maior. Mas eu queria muito que ele fosse. E ele foi e até cantou com a gente.

Roberto Carlos falou sobre as biografias não autorizadas. E a publicação destas obras foi aprovada recentemente pelo Supremo Tribunal Federal. Qual a sua opinião sobre o assunto?
Acho que isso foi tratado com certa virulência. Entendo quem defende as biografias não autorizadas, mas eu, como filho de artista e artista (entre aspas), fiquei um pouco chateado. Você querer manter privacidade de certos detalhes da sua vida é um argumento tão fraco assim? Acho que lei é lei, mas a Justiça não tem condição de julgar com tanta sensibilidade certas questões, é um pouco mais dura. Se eu me sentir ofendido posso pedir uma retratação, perfeito, mas o judiciário brasileiro é lento. Estamos em novos tempos, hoje em dia se você quiser fazer pesquisa você usa a internet, eu não sou contra nenhum tipo de reportagem. Acho que a pessoa não tendo cometido nenhum crime não vejo porque ela não autorizar. Mas concordo com meu pai que a nossa história é nossa. Detalhes sobre com quem um artista transou, por exemplo, são muito íntimos. Acho que a gente tem esse direito (de não falar). Mas queria dizer que eu adoro ler biografias.

Você continua com as palestras para pessoas com deficiências visuais?
Sim, e a minha palestra é nome de uma música dele ‘É Preciso Saber Viver’. Trabalhei com a Gloria Perez na novela América, na Globo, eu tinha um piloto de programa que mandei para ela. Faço pelo Brasil inteiro, onde me chamarem. E estou fazendo um trabalho muito legal com a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência e a Secretaria de Educação de São Paulo nas comunidades carentes.

Quais sãos os próximos passos da banda?
Vamos fazer shows em alguns estados. Temos a ideia de gravar um disco do 'RC na Veia' e fazer um grande show em um teatro no segundo semestre.






Fonte: caras.uol.com.br

junho 20, 2015

Os anos 60: A Revolta Juvenil


De 1960 a 1969, em cada ano desta década, em cada um dos cinco continentes, em quase todos os 145 países de vários sistemas políticos, o mundo conheceu a rebelião dos jovens. Ao lado das guerras – e mais do que o sexo -, as manchetes dos jornais falaram da odisseia de 519 milhões de inconformados.

 Mutantes da nova “era oral e tribal em dimensões planetárias, produzida pelas comunicações de massa”, segundo Marshall McLuhan, os jovens entre quinze e 24 anos -  um sexto da população da Terra – são ao mesmo tempo mito e desmistificadores da sociedade. Consumindo e consumidos, contestando e contestados, Êles lutaram com tôdas as armas para destruir o velho e impôr o novo.
 Na expressão dura dos jovens “enragés” ou na mansidão dos hippies, que o Arcebispo James Pike, da Califórnia, comparou aos primeiros cristãos, os anos 60 foram de luta e recusa, pacífica ou violenta, mas sempre radical.



 A revolta juvenil não é uma particularidade desta década, mas agora ela deixou de ter simples motivações psicológicas (não mais uma “crise de adolescência”) para ganhar componentes sociológicos novos e se constituir em problema social. De um dia para o outro, “a nossa esperança do amanhã” resolveu fazer o presente. Como afirmaram, era preciso deixar de ser objeto para ser sujeito da História. De eterna ameaça romântica e simbólica eles passaram a ser destruidores radicais de tudo o que está estabelecido e consagrado: valôres e instituições, idéias e tabus. Com a pressa que lhes dá a sua provisória condição e com a coragem da idade, êles afrontaram a moral vigente e arrancaram as pedras das ruas para com elas pôr por terra as estruturas da sociedade: capitalista ou comunista, de opulência ou de miséria.

 Em todos êles um máximo denominador comum: não. Mas, descrentes de tudo o que herdaram, os jovens perderam até a confiança no não que lhes tinham ensinado a dizer e criaram uma nova semântica da negação – o sim ao não – e uma nova forma de dizê-lo: a ação. Um não que podia ter a aparência de cabelos compridos, roupa suja, música estridente, pés descalços e “blue jeans”, ou assumir a forma mais ameaçadora de uma pedra na mão e uma idéia revolucionária na cabeça.




No princípio da década, repetindo na vida o que alguns ídolos dos anos 50, como James Dean e Marlon Brando, faziam no cinema, os jovens explodiram numa onda de violência sem objeto e sem sentido. De repente, como que obedecendo a um comando único, essa onda de espraiou por vários países. “Blousons noirs” franceses, “playboys” e transviados brasileiros, “beats” e “hell angels” americanos, “teddy boys” inglêses. Várias qualificações para falar de uma mesma atitude agressiva e uma mesma disposição violenta. Uma violência que se manifestava gratuitamente contra pessoas, carros, vitrinas, ou no desafio do perigo inútil: duelos a faca e canivete, corridas vertiginosas pelas madrugadas. Apenas um valor pareciam cultivar: o respeito e admiração do grupo ou da “gang”. No prazer da velocidade, no ruído ensurdecedor da motocicleta, o vento batendo no rosto e a máquina obedecendo dócil ao comando, o jovem do início da década começava a se manifestar no mesmo ritmo alucinante do “rock-and-roll”.

 Suas caras selvagens assustaram, seus gestos surpreenderam. Podiam ser o primeiro problema jovem da década, como podiam ser também “impulsos naturais da juventude”. Outras épocas não tinham igualmente passado por isso?

 Ao espalhar-se ruidosamente pelos bares, quebrando tabus (fumando, bebendo e se beijando), a “geração perdida” do primeiro pós-guerra também escandalizara as famílias, quando Scott Fitzgerald lhes revelou “êsse lado do paraíso”. (“Môças ceando depois dos bailes, às 3 horas da madrugada, em lugares incríveis, conversando sôbre todos os assuntos com ar meio sério, meio zombeteiro...”)





O segundo pós-guerra também produzira a sua geração-problema, a existencialista que se alimentava da “náusea” de Sartre e do absurdo de Camus, mergulhando, suja e despenteada, nas caves de Saint-German-des-Prés para se embebedar de absinto e das canções de Juliette Gréco. Como essas duas gerações, os nossos transviados tinham assustado a sociedade. Um susto que intranqüilizava mais pelos efeitos do que pelas causas, embora alguns vissem pelas manifestações o prenúncio de qualquer coisa de mais grave. O Presidente Kennedy chegara a dizer: “Temos os meios de fazer da geração atual a mais feliz da humanidade na história do mundo – ou fazer dela a última”.


 Ensurdecidos pelo ruído de suas máquinas, nem todos perceberam que a juventude 60 não tinha apenas aquela cara rebelde que podia variar de contôrno mas não perdia a semelhança com as de outras épocas.



Fonte: Revista Veja

junho 19, 2015

50 anos da Jovem Guarda e 50 curiosidades sobre o movimento musical



A Jovem Guarda foi um movimento cultural muito forte no cenário musical. E não é por menos: Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderléa, Ronnie Von e muitos outros cantores formaram a turma. A Virada Cultural deste ano homenageará o movimento, que completa 50 anos em 2015. Neste domingo (21), Erasmo e Wanderléa cantarão sucessos no evento, que acontece em São Paulo.

1. O movimento musical teve início com o programa homônimo da Record, Jovem Guarda, em 1965.

2. O programa da Record era apresentado por Wanderléa, Erasmo Carlos e Roberto Carlos

ROBERTO, WANDERLÉA E ERASMO (FOTO: REPRODUÇÃO)

3. Jovem Guarda começou a passar no horário do futebol, e então foi proibido na TV por estar esvaziando os estádios.

4. As grandes influencias da Jovem Guarda foram Elvis Presley, The Beatles, Rolling Stones e Chuck Berry.

5. Roberto Carlos foi um dos pioneiros da Jovem Guarda com as músicas Splish Splash, Parei na Contramão e O Calhambeque.


6. O movimento popularizou as guitarras no Brasil dominado pelos violões da Bossa Nova.

7. Apaixonar-se pela namoradinha de um amigo parecia comum na época (música de Roberto Carlos)

8. Andar em altas velocidades também era super normal. Ronnie Cord cantava em Rua Augusta: “entrei na Rua Augusta a 120 por hora (…)”.


9. Foi através do movimento que o Rock chegou ao Brasil, muito influenciado pelo que acontecia no Reino Unido e nos Estados Unidos.

10. O início do movimento foi marcado por muitos covers de músicas em inglês. Roberto e Erasmo foram os primeiros a gravarem músicas em português.

11. Os radicais da MPB repudiaram as guitarras elétricas da Jovem Guarda.

12. Enquanto isso, os adeptos da Bossa Nova e das guitarras elétricas da Jovem Guarda deram origem a Tropicália (mas isso é assunto pra outra lista)

ROBERTO E CAETANO (FOTO: REPRODUÇÃO)

13. Apesar do ambiente conturbado entre os movimentos musicais, Roberto e Erasmo escreveram uma das mais memoráveis músicas de Caetano Veloso: Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos. Nascia a Tropicália.

14. A “guerra” entre os dois movimentos era tamanha, que a Bossa Nova também tinha seu programa na televisão: O Fino da Bossa.

15. A Jovem Guarda nasceu no período da Ditadura Militar.

16. Mas foi pouco censurada pelo regime, justamente pelo conteúdo da música ser mais leve: “brotos”, velocidade, carros, amor. Eram músicas sem conotação política.

17. A Jovem Guarda se importava mais com a Guerra do Vietnã - muito por influência americana. Coube a MPB batalhar contra a Ditadura Militar no Brasil.

18. Por conta desse descomprometimento com a causa, muitos estudantes vaiavam as apresentações da Jovem Guarda.

19. A Jovem Guarda não foi um movimento político. Por isso, é impossível cobrar qualquer posicionamento político do grupo.

20. Em 1968, com a implementação do AI-5, o programa da TV termina, e os artistas do movimento se vêm obrigados a deixar o Brasil.

ROBERTO NA FASE BEATLES (FOTO: REPRODUÇÃO/ARQUIVO PESSOAL)

21. A grande caracteristica do movimento era o estilo dos participantes: roupas coloridas e cabelos compridos, de preferência lisos.

22. E numa época em que não existiam chapinhas, o jeito era ficar de touca por um bom tempo antes de sair de casa.

23. O lado mais romântico da Jovem Guarda deu origem a muitos cantores sertanejos: Sérgio Reis é o maior exemplo de transformação.

24. Xitãozinho e Xororó gravaram muitas músicas de Martinha, grande pianista e compositora da Jovem Guarda.

25. O rock nacional da atualidade também foi fortemente influenciado pelo movimento da Jovem Guarda

26. Rita Lee e Os Mutantes acompanhavam Ronnie Von, na época da Jovem Guarda

27. Oficialmente, a Jovem Guarda acabou em 1968, com o programa de TV, mas o acervo musical deixa o movimento mais vivo do que nunca.

28. Hoje, a média de idade dos integrantes da Jovem Guarda é de 75 a 80 anos. Velha Guarda?

29. O audiovisual também esteve muito presente no movimento da Jovem Guarda. Roberto Carlos estrelou mais de cinco filmes na época.

30. Sair na rua era praticamente impossível para Roberto e sua turma. As garotas queriam abraços e os garotos queriam brigar.

31. O movimento da Jovem Guarda também ficou marcado pelo grande assédio dos fãs. Lembrando a Beatlemania.

32. Muitas técnicas de fuga dos fãs usadas até hoje, nasceram na Jovem Guarda. Wanderléa usava perucas, Ronnie Von tinha um sósia que entrava nos locais antes dele.

33. O movimento também foi marcado pelos incontáveis romances entre os integrantes. O mais conhecido é o curto namoro entre Roberto Carlos e Wanderléa.

34. As brigas entre eles também foi marcante. Jerry Adriani e Wanderley Cardoso foram capa de uma revista que denunciava seus desentendimentos.

35. Mas nenhuma briga foi tão explorada quanto a do “Rei” Roberto Carlos e do “Príncipe” Ronnie Von.

36. A guerra era tanta, que Ronnie Von nunca participou do programa Jovem Guarda, mesmo sendo a cara do movimento. Roberto Carlos nega a proibição.

37. Com a recusa, Ronnie Von teve seu próprio programa nas tardes de domingo: O Pequeno Mundo de Ronnie Von, uma clara referência a obra O Pequeno Príncipe, de Saint-Exupéry.

38. A publicidade aproveitou o movimento e lançou bonequinhos dos integrantes

39. Após período na Europa, Roberto Carlos voltou ao Brasil sem a identidade que marcou a Jovem Guarda e ganhou um programa só dele no horário nobre.

40. Wanderléa e Erasmo Carlos tentaram manter o Jovem Guarda no ar, mas não tiveram sucesso.

41. Sem dúvida foi um movimento que trouxe muita alegria e cor (literalmente) para a juventude brasileira, em um momento político conturbado.

42. Em 1995, aos 30 anos do movimento, os integrantes se uniram para regravar sucessos da década de 1960.

43. Em 2005, aos 40 anos do movimento, foi lançado o site Jovem Guarda - o problema é que ele continua sendo um site de 2005.

44. Em 2015, aos 50 anos do movimento, a Virada Cultural terá um palco dedicado a Jovem Guarda. Wanderléa e Erasmo Carlos cantarão no evento.

45. Leno e Lilian brigaram na época da Jovem Guarda, não se se reencontraram na gravação de 1995, mas são aguardados na Virada Cultural deste ano.



46. A Jovem Guarda serviu de influência para diversos gêneros e movimentos musicais no Brasil, destacando o rock, o sertanejo e até o samba-rock.

47. Muitos artistas “sumiram” após o fim do movimento. Ou você se lembra da dupla Deni e Dino?

48. Os remanescentes do movimento tiveram que se adaptar ao novo mercado musical brasileiro. Roberto Carlos, por exemplo, tornou-se um dos maiores cantores românticos de Brasil.

49. Hoje, ainda acontecem apresentações de alguns integrantes que formaram a Jovem Guarda, que deixou muita saudade nos assíduos fãs como Roberto, Erasmo e Wanderléa.

50. A Jovem Guarda não acabou - ela continua viva em nossas memórias e na virada cultural :)









Fonte:revistagalileu.globo.com


junho 02, 2015

São Paulo: Virada Cultural 2015 homenageia 50 anos da Jovem Guarda

Todos ansiosos para a Virada Cultural 2015? Então, segura esta: para comemorar os 50 anos da Jovem Guarda, a 11ª edição do evento, promovida pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, vai levar ao palco da avenida São João os cantores Erasmo Carlos e Wanderléa, além de outros expoentes da geração de 1960 e 70. A programação acontece nos dias 20 e 21 de junho, com entrada gratuita.


Durante 24 horas, artistas que fizeram parte do movimento cantam seus sucessos no palco comemorativo que será montado na Avenida São João. O cantor Jerry Adriani abre as apresentações no sábado, dia 20, às 18h, trazendo um repertório romântico com canções como “Doce, doce amor” e “Querida”.

O destaque também fica para o retorno da dupla Leno e Lilian, que não sobe ao palco junta há mais de uma década. No repertório, estão canções como "Pobre menina" e "Devolva-me", esta última recentemente regravada pela cantora Adriana Calcanhotto.


Do elenco de grupos vocais e bandas de rock que se apresentavam no programa, estão confirmadas as presenças de Golden Boys, Paulo Cesar Barros, da banda Renato e seus Blue Caps, Ronald, da dupla Os Vips, e Os Incríveis.

Serviço

Virada Cultural 2015
QUANTO
Gratuito

ONDE
Avenida São João
Avenida São João, s/n
República
São Paulo
Estação República (Metrô - Linha 3 Vermelha e Linha 4 Amarela)

Sáb 20/06
das 18:00 às 23:59
Dom 21/06
das 00:00 às 18:00






Fonte:informações Catraca Livre




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