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RÁDIO NOSSA JOVEM GUARDA: Tudo estava mudando rápido nos anos 60

maio 22, 2013

Tudo estava mudando rápido nos anos 60

Quando o programa Jovem Guarda estreou no dia 22 de agosto de 1965, eu era apenas um garoto, com 13 anos de idade, recém chegado ao antigo ginásio e vivendo um mundo cheio de novidades, conturbado pelas guerras, pelas ditaduras, de novos movimentos musicais, entre outras, que pouco ou nada tinham sentido pra mim, mas impressionante o suficiente para deixar meus olhos arregalados com tanta coisa se abrindo a frente.


Muitas famílias da classe média brasileira estavam conseguindo comprar o seu primeiro aparelho de televisão, fazendo com que as grandes novidades do novo mundo entrassem em suas casas. A televisão passava a se tornar um meio de comunicação de massa jamais vista e novas tecnologias surgiam como a televisão a cores em alguns países do mundo, como nos Estados Unidos e Inglaterra.



As emissoras brasileiras passavam a contar com a nova tecnologia do vídeo-tape, que permitia a edição de diversos programas de televisão, reduzindo drasticamente os riscos com erros, assim como a diminuição dos programas ao vivo. Na metade da década de 60 a TV Globo iniciava suas atividades e alguns anos mais tarde iriam dominar totalmente a televisão brasileira por algumas décadas.

Apesar disso, a TV Record, nos anos 60 dominava praticamente a audiência em todo o país. É ela quem ditava as modas, trazia as novidades e se mostrava como a imbatível em todos os sentidos, com um elenco de diretores, produtores, artistas em geral, além de um pessoal altamente técnico, considerados os melhores dessa época.






O mundo até a metade da década de 60 foi marcado pelo sabor da inocência e lirismo em quase todas as manifestações sócio-culturais, e no âmbito político evidenciava-se novos idealismos e o espírito de luto dos povos. O comportamento sofria uma grande revolução com o surgimento do feminismo, dos movimentos civis em favor das classes minoritárias, dos negros e dos homossexuais.





O então Papa João XXIII abria o Concílio Vaticano II e causava uma grande revolução dentro da igreja católica. Também surgiam nos Estados Unidos movimentos comportamentais diferenciados como a dos hippies, com seus protestos contra a Guerra Fria e a continuação da Guerra do Vietnã, em meio a outros movimentos denominados de contracultura.





Na América Latina, Fidel Castro tomava o poder em Cuba, assim como no continente africano e também no Caribe, começavam a ocorrer gradualmente independências de diversas colônias. As mudanças no Brasil tiveram início em 1960 com a inauguração da nova capital na cidade de Brasília, pelo então presidente Juscelino Kubistchek.







Jânio Quadros tornava-se presidente logo após a gestão de Kubistchek, por apenas sete meses, quando o vice-presidente João Goulart assumiria o cargo até em 1964, quando ocorria o golpe militar depondo o presidente e instituindo a ditadura militar no país e oprimindo o povo pelo autoritarismo que ainda duraria por pouco mais de duas décadas.





O povo brasileiro ainda vivia a euforia com o bicampeonato mundial de futebol em 1962, mas as classes estudantis e intelectuais do país passavam a protestar firmemente contra as opressões da ditadura militar. Muitos confrontos passaram a ocorrer entre os militares e os estudantes. A classe artística e intelectual do país passava a sofrer perseguições.







Apesar disso a vida diária da grande população brasileira era tocada através de suas rotinas, sem maiores preocupações políticas. Os jovens brasileiros, de maneira geral eram filhos dos movimentos culturais de acontecimentos ocorridos na metade dos anos 50, que influenciaram seu modo de vida, principalmente através da música e de cantores como Elvis Presley, Neil Sedaka, Paul Anka e Bill Haley, entre outros.

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