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RÁDIO NOSSA JOVEM GUARDA: Wanderley Cardoso por Wanderley Cardoso

novembro 25, 2012

Wanderley Cardoso por Wanderley Cardoso

Nos anos 60, não tinha para ninguém. Wanderley Cardoso era o cara: bonito, educado e talentoso, o genro que toda sogra queria ter. Tinha seguidoras tão fanáticas que iam parar na delegacia, obrigando o cantor a resgatá-las. Desde o primeiro sucesso, aos 13 anos de idade, até os dias de hoje, aos 67, Wanderley cantou mais de 950 músicas, vendeu cerca de 16 milhões de cópias e lançou 87 discos. Versátil, atuou em filmes, musicais e novelas. Seu último DVD, “40 anos de sucesso do Bom Rapaz", foi indicado a melhor álbum romântico no Grammy Latino de 2007.

Em 2009 em uma de suas entrevistas o cantor contou um pouco sobre sua carreira de sucessos.

Menino prodígio 
“Sempre fui apaixonado por música. Vivia grudado no radinho do meu avô, tinha facilidade de decorar as letras. Minha mãe me levava nos programas de rádio quando eu tinha 12, 13 anos. Gravei a música ‘Canção do jornaleiro’, de Heitor dos Prazeres, que na época já era antiga, tinha 40 anos. Ganhei diversos concursos. Depois, fiquei alguns anos parado para estudar e por conta da mudança de voz. Voltei com 18 anos com o conjunto Os Sombras, que se apresentava em bailinhos de Pirituba (bairro de São Paulo).”

Galã nacional 
“Comecei a participar de programas de auditório que exibiam jovens talentos. Cheguei a cantar no Chacrinha, mas ele não gostou muito da minha música e me tirou logo do palco. Fiquei meio chateado. Depois, quando estourei, demorei dois anos para querer voltar ao programa dele. Meu primeiro sucesso foi com ‘Preste atenção’. Saí na capa da revista ‘Cruzeiro’ como o novo galã. Depois foi um sucesso atrás do outro: ‘Abraça-me forte’, ‘O Bom Rapaz’, ‘Promessa’, que Roberto e Erasmo fizeram especialmente para eu cantar. Participei de alguns programas da Jovem Guarda, até que a TV Excelsior me chamou para fazer um programa. O Wilton Franco (diretor) teve a ideia de juntar o Renato Aragão, o Tedy Boy Marino e Ivon Cury, éramos os ‘Adoráveis Trapalhões’. Foi sucesso imediato, ficamos quatro anos como líderes de audiência. Foi meu primeiro programa de humor. Consegui me sair bem, improvisar. Era tudo ao vivo!”

Briga entre fãs 
“Essa coisa das fãs era uma loucura no Brasil todo. Tinha uma rivalidade entre as minhas fãs e as fãs do Jerry Adriani. Uma vez fomos fazer um show em Niterói e teve um impasse de quem iria cantar a última música. No fim das contas eu encerrei o show. Depois disso, eu e Jerry ficamos um tempo sem se falar. Mas depois tudo ficou bem. Afinal, tínhamos começado a carreira juntos em São Paulo, éramos amigos. Não fazia sentido brigar. Mas os fãs levavam tudo muito a sério. Uma vez precisei ir na delegacia resgatar umas fãs que tinham se envolvido em briga. Tinha até gente com navalha. Falei pro delegado liberar as garotas, que a confusão era como as que aconteciam com os fãs de Marlene e Emilinha Borba (cantoras do rádio). A fama tinha esse lado engraçado, mas também aconteceram coisas tristes. Uma vez fui agredido após um show em Uberaba por nove rapazes. Quase perdi a vista direita. Precisei ir para Houston operar.”

Bom rapaz, mas mulherengo 
“Uma vez encontrei uma fã dentro do meu armário no quarto do hotel. Eu já
estava de cueca e corri para colocar a roupa. Naquela época tinha sempre um jornalista querendo flagrar artista com menor de idade. O Roberto Carlos fez até aquela música ‘Querem acabar comigo’ por causa disso. Cheguei a namorar algumas fãs, e mulheres famosas também. Morei três anos com a Vanusa, namorei a Débora Duarte, umas duas ou três chacretes. Era bem mulherengo. As mulheres gostavam do meu jeito de falso tímido, eu era o legítimo bom rapaz (nome de um grande sucesso de Wanderley). Não fumava nem bebia. Era o filho que toda mãe queria ter e o namorado que toda mulher queria ter. Depois, na época da Jovem Guarda, deixei o cabelo crescer. Primeiro no estilo Beatles, depois Black Power.”


Wanderley com Regina Duarte, Miéle, Sandra Bréa e Vera Fischer em "Regina Mon Amour". Ao lado, com Renato Aragão, Tedy Boy Marino e Ivon Cury em "Adoráveis Trapalhões"

Decadência e retorno do ‘Bom Rapaz’ 
“Com o passar dos anos o sucesso foi acabando. Tentei ir para fora do país, fiz alguns shows. No Brasil fiquei praticamente esquecido. Tive alta depressão, comecei a beber demais. Cheguei a tentar suicídio, algo do qual me arrependo e que só não aconteceu graças a minha mulher, Day. Há nove anos, me tornei evangélico e fiz muito sucesso no meio gospel. Mas não me tornei um cantor gospel. Continuo fazendo shows, cantando as músicas da Jovem Guarda. Estou cada vez mais disposto. Voltei a ser o 'Bom Rapaz'. Eu quero é cantar. É a única coisa que sei fazer.”


Veja Wanderley cantando "Promessa" em 1966

Veja trecho de "Pobre Príncipe Encantado", filme de Daniel Filho com Wanderley Cardoso e Maria Lúcia Dahl
Fonte: Informações Ego

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